quinta-feira, 6 de maio de 2021

Augusto Gomes (1921-2003)



Augusto Gomes


Nascido em Angra do Heroísmo, a 6 de Maio de 1921, tendo falecido em Novembro de 2003, Augusto Gomes foi Escritor, Investigador, Contista, Jornalista e Autor consagrado de muitas publicações especializadas na área da Culinária, da História e da Etnografia das Ilhas dos Açores. 

Tendo frequentado a antiga Escola Madeira Pinto (Angra do Heroísmo), completaria os seus estudos com o Curso Comercial da antiga Escola António Augusto de Aguiar, no Funchal, em 1940.

Várias vezes premiado em Concursos Literários, de Contos e em Jogos Florais, Augusto Gomes foi assíduo colaborador da Imprensa, da Rádio e Televisão Açorianas. 

Homem de Teatro, escreveu, ensaiou e interpretou as Revistas Alagado pingando, Em mangas de camisa, Talvez te enganes e Faz-me cócegas, tendo também ensaiado e desempenhado o papel principal (“Ti Cândido”) na Opereta Glória ao Divino (1959) de Frederico Lopes, e interpretado a figura de Frei João da Ribeira no Auto Ao mar... (1960) de Coelho de Sousa. Escreveu ainda e ensaiou a Opereta Regional Amor Campestre, levada à cena pelo Grupo Teatral do Posto Santo. 

Entre outras, Augusto Gomes foi também autor das seguintes obras, muitas delas esgotadas ou com edições sucessivas: 

- Cozinha Tradicional de S. Miguel, Prefácio de Silveira Paiva, Angra do Heroísmo, 1988; Cozinha Tradicional de Santa Maria, Prefácio de Maria da Conceição Bettencourt Medeiros, Angra do Heroísmo, 1998; O Peixe na Cozinha Açoriana e Outras Coisas Mais, Prefácio de João Vieira Gomes, Angra do Heroísmo, 2001; Perdoe pelo Amor de Deus, Prefácio de Manuel Coelho de Sousa, Angra do Heroísmo, 1981; Alma da nossa Gente, Prefácio de Jorge Forjaz, Angra do Heroísmo, 1993; Teatro Angrense, Elementos para a sua História, Prefácio de Joaquim Ponte, Angra do Heroísmo, 1993; Filósofos da Rua, Introdução de Sérgio Ávila, Prefácio de Luísa Brasil, Angra do Heroísmo, 1999, e Danças de Entrudo nos Açores, Prefácio de Eduardo Ferraz da Rosa, Angra do Heroísmo, 1999. 

No seu Estudo Introdutório a um dos últimos livros de Augusto Gomes, o Dr. Eduardo Ferraz da Rosa escreveu assim: 

- “Se em Filósofos da Rua bem diversificada e exemplarmente revelou Augusto Gomes o seu pendor evocativo de Contista e Cronista [...], já em A Alma da nossa Gente os usos, costumes, festas, ritos, utensílios, artefactos, devoções, hábitos, crenças, valores, etc., do Povo da Ilha Terceira [...], reaparecem à evidência possível de e para uma visão maravilhada das nossas tradições mais ancestrais. 

“ Naquilo que traduzem, assumidamente entre modelos realistas e ficcionados, das tessituras humanas, socio-históricas e de muitas das topografias referenciais, concretas e imaginárias da Ilha Terceira e da Cidade de Angra do Heroísmo, os livros e os registos coloquiais directos de Augusto Gomes preservam com dignidade um estilo de discurso e de memória locais, marcando e reflectindo uma época, uma linguagem geracional, uma gramática social e uma paisagem poética internamente coerentes. 

“E depois, por todo o conjunto desse articulado e complementar labor de criação, investigação e conteúdo de arquivo patrimonial antropológico, as obras deste terceirense [...] deixam palpitar e entretecer, exactamente pelos tempos e espaços acima e abaixo das múltiplas e respectivas gerações da nossa terra insular, muito do mais decisivo perfil signitivo da alma da Pátria Açoriana”.















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